terça-feira, 21 de abril de 2009

FLORESTA DA TIJUCA



Localizada no coração da cidade, a poucos minutos da maior parte dos bairros do Rio de Janeiro, uma deslumbrante floresta urbana, que foi parcialmente replantada e se desenvolveu ao longo dos anos por processos naturais de sucessão ecológica, numa área com cerca de 3.200 hectares, tem a grande vantagem de mesclar centenas de espécies da fauna e da flora só encontradas na Mata Atlântica. A Floresta da Tijuca possui recantos e atrativos históricos que merecem ser visitados, como: a Cascatinha, a Capela Mayrink, o Mirante Excelsior, o Barracão, a Gruta Paulo e Virgínia, o Lago das Fadas, a Vista Chinesa e o Açude da Solidão, pontos freqüentados por famílias inteiras nos fins de semana.

História

Chamada primeiramente de Parque Nacional do Rio de Janeiro. No entanto, essa denominação causava constantes confusões com os Parques Nacionais de ltatiaia e Serra dos Órgãos, que estavam no antigo Estado do Rio de Janeiro. Por esse motivo e por abranger o Maciço da Tijuca, cujo ponto culminante é o Pico da Tijuca (1021 metros), teve seu nome definitivamente alterado para Parque Nacional da Tijuca, em 1967. Tijuca é nome de origem indígena (tupi) e significa brejal, charco, lamaçal, pântano. Recorde-se que esse nome era próprio da Barra e da Lagoa (Tijuca), originariamente. Ao ocupar esses locais, o carioca estendeu o topônimo[1] para outros lugares como Alto da Boa Vista, Floresta e Estrada da Tijuca. Invadindo a cidade, o uso popular acabou substituindo nomes como Andaraí Pequeno (hoje Bairro da Tijuca), Muda e Usina (hoje, Muda da Tijuca e Usina da Tijuca).

A ocupação humana de origem européia, data do início do século XVI. Anteriormente, a região era de domínio indígena, onde rivalizavam tribos Tupi e Tamoio sem, entretanto, alterações maiores na paisagem das montanhas, pois viviam elas em espaços abertos à beira-mar e nos vales dos rios.

Com a fundação da cidade do Rio de Janeiro, em 1565, começou a ter maiores significações a procura de madeira para a construção e para combustível. Principalmente os vale a as meias encostas, foram sendo transformados em campos de cultivo e ocupados com construções. Note-se que em 1590 haviam seis engenhos de cana-de-açúcar na região. Em 1728, o número subiu para 32 e em 1797 existiam 120 engenhos. Os remanescentes topônimos que ficaram, ainda hoje lembram esse ciclo da cana-de-açúcar (Engenho Novo, Engenho de Dentro, Usina da Tijuca, Engenho Velho, Engenho da Rainha, Engenho da Pedra, etc.). Em 1763 chegaram os pés de café no Rio, vindo de Belém (Para). Nos séculos XVI a XIX floresceu o café nas encostas do maciço da Carioca, do Mendanha e da Pedra Branca. Com ele os desmatamentos se sucederam e apenas grotões inacessíveis permaneceram com cobertura florestal.

Já em 1658 se falava na defesa das florestas para proteção dos mananciais. Em 1817 e 1818, o Governo baixou severas disposições para proteger os mananciais ameaçado. Em 1862, os terrenos achavam-se inteiramente descobertos e apenas persistiam pequenas extensões de matas. Em 1844, após uma grande seca o Ministro Almeida Torres, propôs as desapropriações e os plantios das áreas para salvar os mananciais do Rio. Em 1856, começaram a ser desapropriações dos alguns sítios. Em 1861 foram criadas a Floresta da Tijuca e a Floresta das Paineiras.

A Floresta da Tijuca foi reflorestada no século XIX após anos de desmatamento intenso e plantio (principalmente de café). O reflorestamento foi uma iniciativa pioneira em toda a América Latina.
A pessoa responsável pelo reflorestamento, apontada pelo Imperador Pedro II em 1861, foi o Major Gomes Archer, o primeiro administrador da floresta que trabalhou inicialmente com 6 escravos e, posteriormente, com 22 trabalhadores assalariados, plantando em 13 anos 100 mil mudas. O replantio foi feito com espécies, em sua maioria, nativas do Ecossistema da Mata Atlântica.

O segundo administrador, Barão Gastão d'Escragnolle continuou o replantio de 1874 a 1888. Além de introduzir mais 30 mil mudas, realizou um trabalho de transformação da floresta em área de lazer, um parque para uso público, inserindo espécies exóticas, criando pontes, fontes, lagos e locais de lazer com auxílio do paisagista francês Augusto Glaziou.

Ainda no século XIX, o pintor Nicolas Antoine Taunay morador e proprietário de terras na floresta, retratou suas belezas naturais que constituem documentos históricos da cidade do Rio de Janeiro.

O pintor recebia seus amigos e membros da corte em sua casa, tornando assim as belezas da floresta conhecidas de brasileiros e estrangeiros que vinham visitá-lo.

Após a proclamação da República em 1889 e até 1890, pouco se fez e a partir de 1890 ficou sob guarda do Ministério da Viação, posteriormente da Saúde e, depois, da Agricultura. De 1943 a 1976, a parte da Floresta da Tijuca esteve sob a guarda e a fiscalização da Prefeitura do Distrito Federal, depois, do Estado da Guanabara e do Município do Estado do Rio. As demais florestas protetoras de mananciais, permaneceram com o Ministério da Agricultura desde 1941 criação do Parque.

Raymundo Ottoni de Castro Maya, administrou a floresta de 1943 a 1946 e fez ressurgir o parque, que havia ficado esquecido durante os primeiros anos da República.

Em parceria com o arquiteto Vladimir Alves de Souza e com o paisagista Roberto Burle Marx, Castro Maia recuperou a floresta recebendo 1 cruzeiro por ano (simbólico) como pagamento por sua administração.

No plano da recuperação da floresta foram introduzidas obras de arte, edificações e recantos. Foram também implantados serviços e sanitários. Foram abertos restaurantes (utilizando instalações das antigas fazendas de café e de senzalas). A Sociedade Hípica Brasileira foi instalada na antiga casa do Barão do Bom Retiro. Vários fazendeiros e proprietários de terras - como o Conde Gestas, o Barão de Mesquita, O Conselheiro Mayrink, Guilherme Midosi, o Visconde Asseca, além dos já citados anteriormente, e profissionais como Job de Alcântara e Luiz Fernandes, os escravos Eleuthério, Pai Ricardo e Pai Antonio e outros frequentadores ilustres, deixaram seus nomes na história do Parque, em morros, estradas, caminhos, grutas, recantos, cachoeiras etc.

Importante área de lazer com trilhas e espaços privilegiados para prática de esportes, ciclismo, corrida e montanhismo. A floresta se tornou então esse cenário privilegiado no qual a natureza e cultura se entrelaçam, se harmonizam e se complementam.

É um local adequado à educação ambiental de crianças e adultos, possibilitando a integração harmoniosa entre o homem e a natureza. A administração do Parque oferece passeios com guia aos sábados e domingos e, mediante agendamento, para escolas e grupos durante a semana. Diferentes empresas especializadas em turismo de aventura e ambiental também realizam passeios pela floresta. Na área cultural, abriga o Museu do Açude.

Sendo área de proteção ambiental, não são permitidos atos que possam perturbar o sossego dos animais ou causar qualquer outro prejuízo ao meio-ambiente, como jogar detritos nas matas, usar objetos sonoros que perturbem o ambiente, coletar espécimes de qualquer natureza (animal, vegetal ou mineral), caçar ou pescar, perseguir animais, fazer fogueiras, lavar automóveis etc..

Suas inúmeras trilhas são mais ou menos demarcadas e sinalizadas. Algumas permitem passeios sem guia; em outras, este é recomendável. Entretanto, não existem restrições, pois o policiamento atua apenas em caráter informativo.
As trilhas são classificadas por diversos níveis de dificuldade, e permitem o contato com a natureza tanto para crianças e idosos, quanto para aventureiros. O Centro de Visitantes da Floresta comercializa mapas e guias a preço de custo. A obediência às regras do parque é imprescindível para a conservação das matas. Turistas podem informar-se a respeito no Centro de Visitantes.

PRINCIPAIS ATRAÇÕES:

Morros com visitas privilegiadas:
» Estrada do Excelsior, Floresta da Tijuca.
» Pico da Tijuca (a 1.022 metros acima do nível do mar) e Tijuca-Mirim
» Bico do Papagaio (a 975 metros acima do nível do mar)
» Morro dos Castelos da Taquara
» Pedra do Conde (a 728 metros acima do nível do mar)
» Morro da Cocanha

Grutas:
» Gruta Paulo e Virgínia (a 561 metros acima do nível do mar)
» Gruta Bernardo de Oliveira
» Furna Luís Fernandes
» Furna do Belmiro
» Gruta dos Morcegos

Pontos de Interesse
» Açude da Solidão, Floresta da Tijuca
» Cascatinha Taunay, no rio Cachoeira
» Capela Mayrink, com um tríptico de Cândido Portinari.
» Lago das Fadas
» Cachoeira das Almas
» Bom Retiro
» Mirante do Excelsior (a 611 metros acima do nível do mar)
» a Fazenda e o Bosque dos Eucaliptos
» a Cascata Gabriela
» o Jardim dos Manacás com a Fonte Wallace
» o Açude da Solidão

Trilhas
» Cachoeira da Floresta da Tijuca
» Entre dezenas de trilhas:
» Cova da Onça da Caveira
» o Caminho das Almas e o Caminho da Cachoeira

Flora
A mata tropical pluvial original da região foi quase totalmente eliminada nos primeiros séculos da história da cidade. As mudas de árvores plantadas aos milhares foram trazidas de áreas vizinhas (Pedra Branca, Guaratiba etc.). A natureza foi gradualmente retomando seu curso e hoje há uma mata fechada de flora diversificada.

Ali encontram-se espécies como: murici, ipê-amarelo, ipê-tabaco, angicos, caixeta-preta, cambuí, urucurana, jequitibá, araribá, cedro, ingá, açoita-cavalo, pau-pereira, cangerana, canela, camboatá, palmito, brejaúba, samambaiaçu, quaresmeira, caeté e pacova - além de musgos e líquens.Há ainda espécies aclimatadas, que originalmente não compunham a flora local, como: bambu, dracena, beijo-de-freira, jaqueira, mangueira, fruta-pão, jambeiro, jabuticabeira e cafeeiro.

Fauna
Muitos animais ainda encontrados em matas semelhantes na Serra do Mar ali não se encontram, em conseqüência da devastação ocorrida nos primeiros séculos da cidade. No entanto, há insetos e aranhas de diversas espécies, cobras (caninanas, corais, jararacas, jararacuçus), lagartos (calangos, iguanas, teiús), aves (saíras, rendeiras, tangarás, arapongas, beija-flores, juritis, gaviões, urubus, urus, jacupembas, inhambús-chintã), mamíferos (sagüis, macacos-prego, cachorros-do-mato, gatos-do-mato, quatis, guaxinins, pacas, ouriços-coendu, caxinguelês, tapitis, tatus, tamanduás-mirim, gambás) etc..

Nem todos os animais podem ser vistos pelos visitantes: alguns são notívagos, ao passo que outros escondem-se de seres humanos.

Geologia
Com predominância de rochas compostas de gnaisse, há também grandes blocos de granito e veios de pegmatito. O maciço possui interrupções por diques de diabásio que, com a erosão, deram origem a gargantas e vales (como o Vale dos Macacos, Mesa do Imperador, Garganta do Mateus etc).
Embora seja muito conhecido como Floresta da Tijuca, na verdade a Floresta da Tijuca é apenas uma das muitas partes que compõem o Parque Nacional da Tijuca.

Fonte:
»
RIOTUR
»
http://www.tijuca-rj.com.br/v02/pracas-e-jardins/floresta-da-tijuca/
» CASTRO MAYA, Raymundo Ottoni de. A Floresta da Tijuca. Rio de Janeiro: Bloch, 1967. 112p. il. mapa.

VEJA TAMBÉM:
REVISTA GALILEU - FLORESTA PARA O DESENVOLVIMENTO

Um comentário:

Anônimo disse...

Legal a história da Floresta da Tijuca... aguçou mais a ansiedade pela chegada de domingo, afinal nos encontraremos lá. Suzana

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